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Tarifaço de Trump já afeta frigoríficos e 30 mil toneladas de carne estão em portos ou a caminho dos EUA, diz associação

Alckmin lidera encontro com representantes da cadeia produtiva; Executivo quer reforçar diálogo com os EUA e evitar perdas para exportações brasileiras.

Geraldo Alckmin e Rui Costa participam de reunião com empresários sobre medidas contra tarifas de Trump ao Brasil

Geraldo Alckmin e Rui Costa participam de reunião com empresários sobre medidas contra tarifas de Trump ao Brasil — Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo

O governo federal reuniu nesta terça-feira representantes do agronegócio brasileiro para discutir os impactos das tarifas de 50% anunciadas pelo governo de Donald Trump sobre produtos exportados pelo Brasil. A reunião, liderada pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, integra a estratégia de construção de uma resposta conjunta entre Executivo e setor privado.

Após a conversa, Roberto Perosa, presdiente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), disse que os frigoríficos já estão parando as vendas para os EUA.

— Nossos frigoríficos já estão parando de produzir carne destinada aos Estados Unidos, haja vista a incerteza. Com essa taxação se torna inviável a exportação de carne boniva aos Estados Unidos, que é o nosso segundo maior comprador. Nós temos cerca de 30 mil toneladas produzidas, no porto ou nas águas, que é preocupação nossa de como isso se dará a partir de agosto. É em torno de US$ 160 milhões. É uma preocupação adicional em uma cadeia que gera 7 milhões de empregos no Brasil — disse.

Perosa disse afirmou que apoia as negociações do governo federal e pediu o adiamento da taxa. O Brasil exporta para os EUA principalmente o que é usado como matéria-prima, como para fazer hambúrguer.

Além de Alckmin, participaram do encontro: Carlos Fávaro (Agricultura), Rui Costa (Casa Civil), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), André de Paula (Pesca e Aquicultura), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Maria Laura da Rocha (Relações Exteriores, como ministra substituta), além de secretários executivos, diplomatas e técnicos do Itamaraty.

Pelo setor privado, o encontro contou com representantes de grandes empresas e associações de exportadores, como grupo VIVA, LDC Juices, ABIC, ABIEC, Abrafrutas, ABIPESCA, JBS, CNC, CECAFÉ, MINERVA, BRF/Marfrig, CITRUS BR, Conselho Administrativo da Sucos BR e Fiergs.

O setor produtivo alertou para possíveis perdas caso a taxação entre em vigor nos termos anunciados. Exportadores temem cancelamento de contratos e retração da competitividade brasileira no mercado americano, um dos principais destinos dos produtos do agro nacional.

Mais setores do agro

Do setor de frutas, Guilherme Coelho, da Abrafrutas, relatou preocupação com a safra de manda, que começa em agosto e foi toda planejada para o mercado americano.

— Não podemos pegar essa manga e jogar na Europa. O preço vai desabar, não tem logística para isso. Não podemos colocar essa manga no Brasil, porque vai colapsar o mercado. É inviável mandar manga para os EUA, não tem condição de jogar fora e a safra está aí— disse.

Já Márcio Ferreira, do CECAFÉ, destacou que 33% do café consumido nos EUA é brasileiro e que a tarifa seria “inflacionária para o em consumidor americano”. Segundo ele, o Brasil gera US$ 1 em exportação para cada US$ 43 movimentados na cadeira do café dos EUA.

Os setores reforçaram a importância do diálogo e pediram bom senso, destacando a complementariedade entre as economias e o risco de desorganizar cadeias produtivas integradas.

Diálogo com os EUA e possível retaliação

Segundo Alckmin, o governo trabalha para reverter a medida e deve buscar o diálogo com empresários e entidades americanas, além de explorar alternativas diplomáticas. A Lei da Reciprocidade Econômica, que permite impor tarifas equivalentes a produtos dos EUA, está sendo avaliada, mas o Planalto reforça que essa será uma última alternativa.

Na véspera, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou a criação de um comitê com empresários para acompanhar o caso e colaborar na construção de alternativas. A ideia é demonstrar o esforço coletivo e o compromisso com o comércio internacional justo.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que o governo brasileiro está empenhado em reverter o aumento das tarifas.

— Nós vamos intensificar a busca de alternativas. Mas já no reconhecimento de que não é possível, em 10 ou 15 dias, dar destino a tudo isso que se produz no Brasil e é vendido para os Estados Unidos. O diálogo está aberto da parte brasileira, mas com respeito à soberania e com muita altivez — afirmou Fávaro.

Fávaro lembrou ainda que a alta produção agrícola do país exige canais estáveis de exportação.

Reação coordenada

A reunião com o agro foi a segunda do dia com o setor produtivo. Pela manhã, Alckmin já havia recebido representantes da indústria, que defenderam uma trégua de 90 dias para buscar solução diplomática com os EUA.

Fonte: O Globo

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