Já o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) pediu a prisão preventiva de Eduardo Bolsonaro. Segundo ele, a conduta do parlamentar pode ser enquadrada como atentado à soberania nacional, além de configurar risco de fuga internacional e continuidade delitiva:
“Eduardo Bolsonaro atua não como representante do povo brasileiro, mas como agente de interesses estrangeiros. Sua permanência nos Estados Unidos é estratégica para escapar da Justiça e alimentar uma narrativa golpista com apoio externo.”
O deputado Rogério Correia (PT-MG) reforçou pedido anterior contra Jair Bolsonaro e incluiu os novos fatos relacionados ao filho, como evidência de tentativa de influenciar investigações por meio de pressão política internacional.
Eduardo agradece Trump
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Eduardo Bolsonaro tem se reunido com parlamentares republicanos em Washington, como Cory Mills — Foto: Reprodução / X
As reações foram motivadas por uma mensagem de Eduardo Bolsonaro publicada na Truth Social, rede social usada por Donald Trump, logo após o ex-presidente americano anunciar o tarifaço contra o Brasil. Na postagem, Eduardo escreveu
“Obrigado, presidente Donald J. Trump. Espero que as autoridades brasileiras agora tratem esses assuntos com a seriedade que merecem. O Brasil não pode — e não vai — se tornar outra Venezuela, Cuba ou Nicarágua. Deus abençoe os Estados Unidos, Deus abençoe o Brasil.”
A mensagem foi interpretada como endosso explícito à sanção econômica imposta contra o país e reforço à retórica de que Jair Bolsonaro estaria sendo perseguido politicamente pelo Supremo Tribunal Federal.
Apuração da Justiça
Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos, em licença do mandato. A Justiça investiga se ele busca interferência do governo Trump nos processos que envolvem o pai e aliados próximos, acusados de tentativa de golpe de Estado.
A avaliação entre ministros do STF é que Eduardo pode ter produzido provas contra si próprio ao comemorar as tarifas e endossar as declarações de Trump contra o Judiciário brasileiro.
Caso a Procuradoria-Geral da República (PGR) ofereça denúncia e ela seja aceita pelo STF, Eduardo poderá ser julgado antes das eleições de 2026. Uma eventual condenação por órgão colegiado o tornaria inelegível, com base na Lei da Ficha Limpa.
Por Fernanda Vivas, TV Globo — Brasília